sexta-feira, 16 de março de 2012

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Memórias de um sorriso: Rimas da dor

Memórias de um sorriso: Rimas da dor: "Como é dificil aceitar... E mais ainda quando penso Que por muito tempo não vou escutar Teu gargalhar intenso Vou lhar toda noite para ..."

segunda-feira, 13 de junho de 2011

O assassinato do meu irmão

Abriram fogo
E depois de alguns instantes
Projéteis deflagravam em teu peito
Era lado esquerdo...

Feriram tua carne
E subestimando aquela ferida
Você correu sem imaginar
Que à cem metros cairía

Pensou em nós,
Pensou em Jeová,
Não achou que não conseguiria
Eu tenho certeza.

Quando abriram fogo contra ti
E mancharam as mãos com teu sangue
Fizeram seu próprio julgamento
Definiram sua sentença

Depois do teu último suspiro
Me restaram tuas coisas
Teus cadernos, as publicações
Tua coleção de canetas

Eu não podia fazer nada
Você estava irresgatável
Dentro de uma caixa
Projetada para um corpo

Projetem uma caixa para a saudade
Pois estou cheia
Cheia de não ouvir falar
De não sentir
De não encontrar

Rimas da dor

Como é dificil aceitar...
E mais ainda quando penso
Que por muito tempo não vou escutar
Teu gargalhar intenso

Vou olhar toda noite para o lado
Mas não vamos conversar
Pois do lado não está sentado
Quem poderia imaginar?

Não tem mais
Tudo que fazia
Dez mais sete é tão pouco

Não tem mais
Tudo que era, sentia...
Sinto uma saudade de louco

Migalhas

Teus sorrisos
E tuas palhaçadas
Com tua companhia
Vertidas em lágrimas estão

Teus alvos
Teus dedos
Tua voz
Transformados em poemas estão

Fiquei com as migalhas
De tudo que eu tinha
Sempre perto de mim
Como pude não prestar mais atenção?

Agora são só lágrimas vertidas
Transformadas em poemas
Não há em quem prestar atenção
Você não continua vivo...

Por toda minha vida
Guardarei as migalhas
E aceitarei as esmolas
Para um dia ter de verdade.

(E este poema
É só mais uma lágrima
Que veio lá de dentro
E escorreu em minha face)

Poema sem tema

Que a saudade fale por mim
Que a descrença continue
Que a descrença se vá
E eu aceite...

Que falta faz o seu sorriso
Sua presença em minha vida
Seus defeitos,
Eles se tornaram até qualidades.

Que falta faz seus dedos
Pegando esses lápis.
Quem lerá seus livros?
E quem vestirá suas roupas?
Como se desfazer dessas coisas?

Como poderei, se foi tudo que restou?

Busca

Busco teus passos
Quando estou andando
Ás vezes consigo encontrar
E me dói parecer com você
Minha própria imagem
Refletida no espelho
Me faz chorar
Quando busco e encontro
Alguns traços teus.
Entre uma rua e outra
Te busco fisicamente
E tudo que eu mais quero
É te achar imediatamente
Mas me sinto acabar, esmaecer
Quando lembro...
Hoje é uma busca incasável
Interminável.
Não existe encontrar
No eterno buscar
Das ruas e do espelho.
Existe um tempo real
Indefinido e certo,
Sei que está guardado
Para este tempo
Que logo chegará
E esta busca
Cansada, vã e triste acabará.