segunda-feira, 13 de junho de 2011

O assassinato do meu irmão

Abriram fogo
E depois de alguns instantes
Projéteis deflagravam em teu peito
Era lado esquerdo...

Feriram tua carne
E subestimando aquela ferida
Você correu sem imaginar
Que à cem metros cairía

Pensou em nós,
Pensou em Jeová,
Não achou que não conseguiria
Eu tenho certeza.

Quando abriram fogo contra ti
E mancharam as mãos com teu sangue
Fizeram seu próprio julgamento
Definiram sua sentença

Depois do teu último suspiro
Me restaram tuas coisas
Teus cadernos, as publicações
Tua coleção de canetas

Eu não podia fazer nada
Você estava irresgatável
Dentro de uma caixa
Projetada para um corpo

Projetem uma caixa para a saudade
Pois estou cheia
Cheia de não ouvir falar
De não sentir
De não encontrar

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